Quarta etapa de interiorização leva venezuelanos para Pernambuco, Paraíba e Rio de Janeiro
As pessoas que aceitaram participar do processo estavam vivendo em diferentes abrigos em Boa Vista.
Rio de Janeiro, 05 de julho de 2018 – O Governo Federal, com apoio do Sistema ONU no Brasil, realizou nesta terça-feira (3) a transferência de mais 163 venezuelanos e venezuelanas que estavam vivendo em Boa Vista, capital de Roraima. Eles foram transportados de forma voluntária pela Força Aérea Brasileira (FAB) para abrigos da sociedade civil localizados em Igarassu (PE), Conde (PB) e Rio de Janeiro (RJ).
Pela primeira vez, os três estados receberam as pessoas venezuelanas, já na quarta etapa do processo de interiorização. No total, 69 pessoas foram para Igarassu e 50 para o Rio de Janeiro, cidades onde foram acomodadas em abrigos geridos pela ONG SOS Aldeias Infantis. Outras 44 foram para uma casa de acolhida do Serviço Pastoral do Migrante, em Conde.
As pessoas que aceitaram participar do processo de interiorização estavam vivendo em diferentes abrigos em Boa Vista. Antes de embarcar, elas foram imunizadas e participaram de sessões informativas sobre as cidades de destino para avaliarem a decisão de recomeçar suas vidas em outros estados brasileiros.
O avião fez o primeiro pouso em Recife, onde desceram os grupos que foram encaminhados para Igarassu e Conde. O segundo pouso, com o último grupo, aconteceu no Rio de Janeiro, onde desembarcaram as últimas famílias, quase todas com crianças pequenas. No ato de chegada, as pessoas receberam lanches e quem solicitou teve também atendimento médico antes de serem transportadas em ônibus até os abrigos.
Apesar do cansaço, as pessoas sorriam e celebravam a nova chance de recomeço. Uma delas, Yelitza Lafont, chegou a dormir na rua em Boa Vista, acompanhada do filho de 19 anos, antes de buscar um abrigo, no qual foi informada sobre a possibilidade de se mudar para o Rio de Janeiro.
“Vim com duas mochilas: uma com roupas e a outra com sonhos”, conta a venezuelana de 43 anos, que trabalhava como professora de biologia em seu país. “Estou muito agradecida e posso dizer por todos nós que viemos com vontade e entusiasmo de trabalhar para ganhar o nosso dinheiro”.
Quem também estava ansioso para trabalhar era o mestre de obras Jeferson Pereira, que chegou ao Rio com a esposa e cinco crianças. “Se eu puder trabalhar na minha área, melhor ainda. Mas o mais importante é conseguir dar educação e alimentação adequada para meus filhos.”
O plano de interiorização tem caráter voluntário e nenhum custo para as pessoas transferidas. Com o objetivo de criar melhores condições de vida para os venezuelanos que estão no Brasil, o deslocamento para as novas cidades é fundamental, contando com o apoio da rede de acolhimento, proteção e integração mobilizada pelo ACNUR junto aos parceiros da sociedade civil e dos governos estaduais e municipais nas cidades de acolhida.
(com informações do ACNUR)
Fotos: Diogo Felix