Mulheres migrantes participam de oficina de automaquiagem
Ação realizada pela Cáritas RJ em parceria com a Secretaria da Mulher do Rio e OIM oferece a mulheres espaço de escuta, autocuidado e informações sobre violência de gênero
Rio de Janeiro – Maquiar-se não é apenas um ato de cuidado, mas de promoção de saúde e um instrumento de elevação da autoestima, sobre tudo para mulheres que precisaram deixar seus países de origem em busca de um recomeço no Brasil.
Em mais uma iniciativa de acolhimento, o PARES Cáritas RJ realizou, em conjunto com a Secretaria de Políticas e Promoção da Mulher do Município do Rio (SPM-Rio) e a Agência da ONU para as Migrações (OIM) uma oficina de automaquiagem no dia 14 de março, destinada a mulheres migrantes e refugiadas atendidas na sede do PARES, no Maracanã.
Além do novo aprendizado, a oficina também foi uma oportunidade de fornecer informações sobre direitos de acesso aos serviços oferecidos pela Prefeitura. As participantes tiveram aulas sobre técnicas de maquiagem e de cuidado com a pele com a maquiadora Nathalia Ferreira e receberam, ao final da atividade, folhetos com orientações sobre canais de assistência a vítimas de violência de gênero.
Em mais uma iniciativa de acolhimento, o PARES Cáritas RJ realizou, em conjunto com a Secretaria de Políticas e Promoção da Mulher do Município do Rio (SPM-Rio) e a Agência da ONU para as Migrações (OIM) uma oficina de automaquiagem no dia 14 de março, destinada a mulheres migrantes e refugiadas atendidas na sede do PARES, no Maracanã.
Além do novo aprendizado, a oficina também foi uma oportunidade de fornecer informações sobre direitos de acesso aos serviços oferecidos pela Prefeitura. As participantes tiveram aulas sobre técnicas de maquiagem e de cuidado com a pele com a maquiadora Nathalia Ferreira e receberam, ao final da atividade, folhetos com orientações sobre canais de assistência a vítimas de violência de gênero.
Desde o início deste ano, a equipe PARES Cáritas RJ tem organizado com frequência atividades voltadas para para o público feminino no âmbito do projeto "Oportunidades – Integração no Brasil", financiado pela Agência Dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e implementado em parceria com a Agência da ONU para as Migrações (OIM).
Nessas ocasiões, são distribuídos às participantes materiais informativos e apresentados a elas temas importantes, como os direitos das mulheres no Brasil. O projeto dá continuidade às ações de integração socioeconômica que Cáritas RJ e OIM desenvolveram conjuntamente entre 2021 e 2022. |
Na primeira edição do projeto Oportunidades, cerca de 500 pessoas foram beneficiadas com a iniciativa, a maioria delas mulheres.
Parceria com o setor público - A Oficina de Automaquiagem oferecida às mulheres atendidas na Cáritas RJ integra o Programa Mulher Cidadã, desenvolvido pela Secretaria da Mulher do Município do Rio. A parceria entre as duas instituições já existe há algum tempo e se intensificou desde o ano passado, conta Debora Alves, coordenadora de Integração Local do PARES Cáritas RJ. “A equipe da Secretaria esteve presente em nossa II Feira de Empregabilidade, realizada em 2022, para oferecer os cursos desenvolvidos nas Salas da Mulher Cidadã, por exemplo”. Debora também ressalta a importância de uma atividade, que, a princípio, pode parecer trivial.
“A maquiagem, num primeiro momento, pode parecer uma coisa fútil, mas ela tem algumas funções. Olhar para si mesma, se valorizar, se sentir uma pessoa respeitável, que merece o respeito de outras pessoas também.
Olhar um pouco para dentro de si, se valorizar e poder passar essa imagem de valorização de si própria para a sociedade. Também pode ser uma ferramenta útil para entrada no mercado laboral, de estímulo à autoconfiança na hora de se arrumar para uma entrevista de trabalho”, conclui Debora.
Manuela Maçaira, coordenadora do Programa Mulher Cidadã da SPM-Rio, conta que a intenção é oferecer outras atividades às mulheres migrantes e refugiadas. “Quando pensamos em oferecer essa primeira oficina, achamos que a Cáritas RJ seria um ambiente mais familiar e acolhedor para essas mulheres, além de haver pessoas que pudessem ajudar com o idioma. É tão bom elas terem um espaço, um momento pra elas... Para se cuidarem, fazerem uma terapia, nem que seja pelo lazer mesmo. Porque elas acabam se esquecendo de que o lazer é muito bom, pois ajuda mentalmente, ajuda no humor, em tantas coisas.”, diz Manuela.
Olhar um pouco para dentro de si, se valorizar e poder passar essa imagem de valorização de si própria para a sociedade. Também pode ser uma ferramenta útil para entrada no mercado laboral, de estímulo à autoconfiança na hora de se arrumar para uma entrevista de trabalho”, conclui Debora.
Manuela Maçaira, coordenadora do Programa Mulher Cidadã da SPM-Rio, conta que a intenção é oferecer outras atividades às mulheres migrantes e refugiadas. “Quando pensamos em oferecer essa primeira oficina, achamos que a Cáritas RJ seria um ambiente mais familiar e acolhedor para essas mulheres, além de haver pessoas que pudessem ajudar com o idioma. É tão bom elas terem um espaço, um momento pra elas... Para se cuidarem, fazerem uma terapia, nem que seja pelo lazer mesmo. Porque elas acabam se esquecendo de que o lazer é muito bom, pois ajuda mentalmente, ajuda no humor, em tantas coisas.”, diz Manuela.
A venezuelana Yerli participou da atividade com sua filha de 11 meses por perto. No Brasil há dois anos, ela também é mãe de um menino de 7 anos. Yerli soube da oficina pelas redes sociais do PARES e ficou encantada com a tarde de aprendizado. “A diferença entre estar maquiada ou não, nos sentimos uma outra pessoa, me sinto bem. Já somos lindas sem maquiagem, mas estar diferente ajuda a aumentar nossa autoestima”, diz, sorridente.
Como mulher migrante, ela conta que recomeçar com a família em um país novo é uma situação desafiadora, que torna o autocuidado uma atividade secundária ou inexistente. |
“Às vezes é muito difícil levantar-se, cuidar dos filhos, da família, fazer as atividades em casa, levar meu filho na escola e ter tempo para se arrumar. O máximo que eu fazia era usar um protetor solar antes de sair de casa. Mas é preciso encontrar um tempo para cuidar de si mesma, para nos sentirmos bem”, relata a venezuelana.
Mayra também veio da Venezuela e vive no Rio de Janeiro desde 2018. Trabalhando atualmente no Museu Pretos Novos, no Centro do Rio, ela conta que sempre gostou de se maquiar e que aprendeu novas técnicas na oficina.
“Quando a mulher está deprimida, não tem ânimo de fazer nada. Para mim é importante se cuidar, importante para a autoestima. Na cultura venezuelana, gostamos de nos arrumar. Estou feliz de estar aqui”, disse Mayra, agradecida pela oportunidade de aprendizado.
Em sua primeira experiência ensinando mulheres migrantes, a maquiadora Nathalia Ferreira diz que, apesar do desafio com a compreensão do idioma, teve uma experiência gratificante porque sentiu-se acolhida pelas participantes. “O meu trabalho é voltado para isso, para que elas entendam que não precisam somente cuidar dos filhos, da casa, mas que elas tenham um momento delas, de autocuidado, nem que seja cinco minutos. No final, elas se olhavam no espelho maravilhadas, confiantes... Isso pra mim é o mais importante. No início da aula elas estavam um pouco acanhadas, mas no final, estavam falantes, empolgadas e felizes com o resultado”, conclui.
“Quando a mulher está deprimida, não tem ânimo de fazer nada. Para mim é importante se cuidar, importante para a autoestima. Na cultura venezuelana, gostamos de nos arrumar. Estou feliz de estar aqui”, disse Mayra, agradecida pela oportunidade de aprendizado.
Em sua primeira experiência ensinando mulheres migrantes, a maquiadora Nathalia Ferreira diz que, apesar do desafio com a compreensão do idioma, teve uma experiência gratificante porque sentiu-se acolhida pelas participantes. “O meu trabalho é voltado para isso, para que elas entendam que não precisam somente cuidar dos filhos, da casa, mas que elas tenham um momento delas, de autocuidado, nem que seja cinco minutos. No final, elas se olhavam no espelho maravilhadas, confiantes... Isso pra mim é o mais importante. No início da aula elas estavam um pouco acanhadas, mas no final, estavam falantes, empolgadas e felizes com o resultado”, conclui.
Texto e Fotos: Luciana Queiroz