Profissionais migrantes e refugiados têm a chance de começar o novo ano com emprego
Feira Trampolim de Empregabilidade oferece oportunidades de entrevistas de trabalho com empresas e instituições
Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2021 - Nada melhor do que começar o ano com emprego garantido. Essa era a expectativa das pessoas que estiveram presentes ontem (14/12) na Feira Trampolim de Empregabilidade, realizada pelo PARES Cáritas RJ em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Ministério Público do Trabalho do RJ (MPT-RJ). A iniciativa acontece no âmbito das ações do projeto Oportunidades, implementado pela OIM com apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e da plataforma Trampolim, espaço virtual desenvolvido para oferecer oportunidades de emprego, capacitação e renda no Rio de Janeiro.
As 62 pessoas que compareceram participaram de entrevistas com empresas e instituições parceiras, como Burger King, JFC, Kles, Instituto Aliança e Aliança do Livro. A Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego do Rio (SMTE) também esteve presente, oferecendo orientações para baixar o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital e cadastrando os profissionais para possíveis vagas de trabalho.
Foram oferecidas cerca de 100 vagas de emprego, em cargos como atendente, coordenador de plantão, auxiliar de produção e logística, cozinheiro, entre outros. As assistentes sociais da equipe de empregabilidade do PARES Cáritas RJ apoiaram na triagem dos currículos dos participantes e no encaminhamento para as entrevistas com os potenciais empregadores. Todas as pessoas inscritas receberam Auxílio Transporte.
A ideia de organizar uma feira de empregabilidade surgiu a partir de um contato entre a equipe da Cáritas RJ e a rede de lanchonetes Burger King, quando a empresa expressou a necessidade de contratação de mais de 200 pessoas. Debora Alves, coordenadora de Integração do PARES Cáritas RJ explica que a equipe enxergou a possibilidade de ampliar as oportunidades de trabalho para profissionais refugiados, convidando outras empresas parceiras. A feira também seria uma chance de oferecer a eles mais autonomia no processo de busca de emprego.
“Nossa equipe já tem trabalhado há algum tempo com a questão de empregabilidade e capacitação, mobilizando empresas. Normalmente, recebemos as vagas e fazemos uma triagem interna, além de usar a plataforma Trampolim. Como eram muitas vagas, tivemos a ideia de fazer a feira presencial, porque, além da grande quantidade de currículos que teriam que ser analisados, identificamos uma oportunidade para as pessoas se colocar mais ativamente nesse processo de busca. É importante que essas pessoas tenham autonomia, decidam que vagas são mais interessantes para elas”, diz.
As 62 pessoas que compareceram participaram de entrevistas com empresas e instituições parceiras, como Burger King, JFC, Kles, Instituto Aliança e Aliança do Livro. A Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego do Rio (SMTE) também esteve presente, oferecendo orientações para baixar o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital e cadastrando os profissionais para possíveis vagas de trabalho.
Foram oferecidas cerca de 100 vagas de emprego, em cargos como atendente, coordenador de plantão, auxiliar de produção e logística, cozinheiro, entre outros. As assistentes sociais da equipe de empregabilidade do PARES Cáritas RJ apoiaram na triagem dos currículos dos participantes e no encaminhamento para as entrevistas com os potenciais empregadores. Todas as pessoas inscritas receberam Auxílio Transporte.
A ideia de organizar uma feira de empregabilidade surgiu a partir de um contato entre a equipe da Cáritas RJ e a rede de lanchonetes Burger King, quando a empresa expressou a necessidade de contratação de mais de 200 pessoas. Debora Alves, coordenadora de Integração do PARES Cáritas RJ explica que a equipe enxergou a possibilidade de ampliar as oportunidades de trabalho para profissionais refugiados, convidando outras empresas parceiras. A feira também seria uma chance de oferecer a eles mais autonomia no processo de busca de emprego.
“Nossa equipe já tem trabalhado há algum tempo com a questão de empregabilidade e capacitação, mobilizando empresas. Normalmente, recebemos as vagas e fazemos uma triagem interna, além de usar a plataforma Trampolim. Como eram muitas vagas, tivemos a ideia de fazer a feira presencial, porque, além da grande quantidade de currículos que teriam que ser analisados, identificamos uma oportunidade para as pessoas se colocar mais ativamente nesse processo de busca. É importante que essas pessoas tenham autonomia, decidam que vagas são mais interessantes para elas”, diz.
Plataforma de Oportunidades
Lançada pela Cáritas RJ em novembro deste ano, a plataforma Trampolim foi criada para que empresas possam cadastrar oportunidades de emprego e para que refugiados residentes no Rio possam cadastrar seus currículos. A ideia é que, na medida em que as ofertas de vagas aumentem na plataforma, não seja mais necessário para a equipe da Cáritas RJ encaminhar os currículos manualmente. Também é possível contratar e cadastrar serviços, no caso dos autônomos.
As vagas oferecidas no site seguem passando pela análise da equipe de empregabilidade da Cáritas RJ, que pode ou não aprovar a publicação de uma oportunidade na plataforma. A preocupação é com situações de descumprimento das leis trabalhistas e exploração laboral. Refugiados e migrantes são pessoas que geralmente desconhecem a legislação local porque chegam de outros países, e, por isso, estão mais vulneráveis.
“Diante de todo esse cenário de desemprego, pandemia, quando muitas pessoas ficaram impossibilitadas de trabalhar ou foram demitidas, ficando em situações ainda mais frágeis, essa feira é ainda mais importante. A expectativa é que muitas pessoas consigam se inserir no mercado de trabalho, em vagas que estejam dentro da legislação trabalhista. Essa é uma preocupação nossa. Para que essas pessoas não estejam expostas a situações de exploração, fazemos um trabalho de sensibilização e orientação sobre esse tema com empresas e refugiados”, conta Debora.
Lançada pela Cáritas RJ em novembro deste ano, a plataforma Trampolim foi criada para que empresas possam cadastrar oportunidades de emprego e para que refugiados residentes no Rio possam cadastrar seus currículos. A ideia é que, na medida em que as ofertas de vagas aumentem na plataforma, não seja mais necessário para a equipe da Cáritas RJ encaminhar os currículos manualmente. Também é possível contratar e cadastrar serviços, no caso dos autônomos.
As vagas oferecidas no site seguem passando pela análise da equipe de empregabilidade da Cáritas RJ, que pode ou não aprovar a publicação de uma oportunidade na plataforma. A preocupação é com situações de descumprimento das leis trabalhistas e exploração laboral. Refugiados e migrantes são pessoas que geralmente desconhecem a legislação local porque chegam de outros países, e, por isso, estão mais vulneráveis.
“Diante de todo esse cenário de desemprego, pandemia, quando muitas pessoas ficaram impossibilitadas de trabalhar ou foram demitidas, ficando em situações ainda mais frágeis, essa feira é ainda mais importante. A expectativa é que muitas pessoas consigam se inserir no mercado de trabalho, em vagas que estejam dentro da legislação trabalhista. Essa é uma preocupação nossa. Para que essas pessoas não estejam expostas a situações de exploração, fazemos um trabalho de sensibilização e orientação sobre esse tema com empresas e refugiados”, conta Debora.
A angolana Filomena está em busca do primeiro emprego. Aos 22 anos, a jovem estava recebendo o Auxílio Emergencial, mas deixou de receber o apoio financeiro em outubro deste ano. No Brasil sem a família, ela espera encontrar a tão sonhada primeira oportunidade profissional. “Estou sozinha aqui no Brasil, minha família ficou toda lá. Tenho tentado entrar no mercado, mas está bem difícil encontrar emprego. Decidi me inscrever na feira porque achei que poderia ser uma boa chance de conseguir um trabalho. Espero sair daqui contratada, tenho esperança de poder trabalhar porque preciso me manter e tem sido bem difícil”, desabafa.
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Desemprego e esperança
A venezuelana Luzmary, de 38 anos, está no Brasil há dois anos e está desempregada desde agosto de 2021. Formada em controle de qualidade de alimentos, seu último trabalho no Rio foi em uma pizzaria, que precisou fechar diante do prolongamento da pandemia e da crise econômica. Para não ficar parada, ela se inscreveu e concluiu recentemente um curso de Panificação e Confeitaria oferecido pela Cáritas RJ em parceria com a OIM e a Firjan SENAI SESI. Ela conta que, na vinda para o Brasil, a expectativa foi bem diferente da realidade.
A venezuelana Luzmary, de 38 anos, está no Brasil há dois anos e está desempregada desde agosto de 2021. Formada em controle de qualidade de alimentos, seu último trabalho no Rio foi em uma pizzaria, que precisou fechar diante do prolongamento da pandemia e da crise econômica. Para não ficar parada, ela se inscreveu e concluiu recentemente um curso de Panificação e Confeitaria oferecido pela Cáritas RJ em parceria com a OIM e a Firjan SENAI SESI. Ela conta que, na vinda para o Brasil, a expectativa foi bem diferente da realidade.
“Se tivessem me perguntado há quatro anos, quando ainda estava planejando sair da Venezuela, como tudo seria, eu diria que eu teria meu próprio negócio após um ano no Brasil. Mas a verdade é que quando chegamos, parece que batemos em uma parede.
Temos que nos acostumar com o idioma, com outra cultura, é diferente. Temos que nos adaptar para conseguirmos algo mais para frente e é o que eu estou tentando fazer. Temos que trabalhar, suar muito, para conseguir fazer o que deseja, depois de um tempo aqui”, conta. |
Apesar da situação difícil, ela acredita que pode conseguir começar o ano com a carteira assinada. Seu sonho é se estabilizar e poder trazer seus irmãos, que permaneceram na Venezuela.
“Espero poder sair daqui com um trabalho, com algo mais seguro. Eu só quero trabalhar, ter mais tranquilidade, conseguir uma estabilidade para mim e minha família - meus dois filhos, meu esposo e meus pais. Meus irmãos ficaram na Venezuela e eu sei que não estão muito bem. Que eles possam ficar aqui com a gente e conquistar melhores oportunidades no Brasil”, conclui, esperançosa.
“Espero poder sair daqui com um trabalho, com algo mais seguro. Eu só quero trabalhar, ter mais tranquilidade, conseguir uma estabilidade para mim e minha família - meus dois filhos, meu esposo e meus pais. Meus irmãos ficaram na Venezuela e eu sei que não estão muito bem. Que eles possam ficar aqui com a gente e conquistar melhores oportunidades no Brasil”, conclui, esperançosa.