Cáritas RJ realiza mutirão de atendimentos na Zona Oeste do Rio
Na última quarta-feira (4/5), refugiados, solicitantes de refúgio e venezuelanos residentes receberam
atendimento social e jurídico, além de doações do ACNUR.
atendimento social e jurídico, além de doações do ACNUR.
Rio de Janeiro, 10 de maio de 2022 - Levar os serviços oferecidos na sede da Cáritas RJ para mais perto de refugiados, solicitantes de refúgio e residentes venezuelanos que vivem na região da Zona Oeste do Rio: este foi o objetivo do mutirão de atendimentos realizado pela equipe de advogadas e assistentes sociais do Programa de Atendimento a Refugiados da Cáritas RJ na última quarta-feira (4 de maio) no bairro do Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro.
Durante todo o dia, 529 pessoas, entre refugiados, solicitantes de refúgio e venezuelanos residentes puderam receber orientações sobre documentação, processo de refúgio, acesso às políticas públicas e ao mercado de trabalho. No mutirão, também foram distribuídos colchonetes, kits de higiene e de cozinha doados pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), organização que apoia a Cáritas RJ desde a sua chegada no Brasil.
A venezulena Leidys foi uma das pessoas que estiveram no Recreio para receber atendimento jurídico e doações. Há três anos no Rio, ela esteve dois anos em Roraima com a filha pequena. "Vivemos um ano na rua, eu e minha filha, que tinha dois anos. Passamos por muitas dificuldades, caminhei por três dias com ela nas minhas costas. Ela ficou muito doente na época, até que uma brasileira nos acolheu e nos levou para Boa Vista. Chegamos a comer do lixo, depois ficamos em um abrigo e trocamos para outro meses depois", lembra-se.
Ao chegar no Rio, Leidys tinha esperanças de conseguir trabalho, mas não foi o que aconteceu, Desempregada e com problemas de saúde, ela conta que apesar de tudo, segue adiante. "A situação está complicada, porque não posso trabalhar por questões de saúde, tenho uma filha pequena e preciso pagar aluguel, comida, transporte... Mas eu me viro, eu não desisto", completa.
Ela conta que soube do mutirão de atendimentos por uma mensagem que recebeu em um grupo de aplicativo dos moradores venezuelanos residentes no bairro do Itanhangá.
Durante todo o dia, 529 pessoas, entre refugiados, solicitantes de refúgio e venezuelanos residentes puderam receber orientações sobre documentação, processo de refúgio, acesso às políticas públicas e ao mercado de trabalho. No mutirão, também foram distribuídos colchonetes, kits de higiene e de cozinha doados pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), organização que apoia a Cáritas RJ desde a sua chegada no Brasil.
A venezulena Leidys foi uma das pessoas que estiveram no Recreio para receber atendimento jurídico e doações. Há três anos no Rio, ela esteve dois anos em Roraima com a filha pequena. "Vivemos um ano na rua, eu e minha filha, que tinha dois anos. Passamos por muitas dificuldades, caminhei por três dias com ela nas minhas costas. Ela ficou muito doente na época, até que uma brasileira nos acolheu e nos levou para Boa Vista. Chegamos a comer do lixo, depois ficamos em um abrigo e trocamos para outro meses depois", lembra-se.
Ao chegar no Rio, Leidys tinha esperanças de conseguir trabalho, mas não foi o que aconteceu, Desempregada e com problemas de saúde, ela conta que apesar de tudo, segue adiante. "A situação está complicada, porque não posso trabalhar por questões de saúde, tenho uma filha pequena e preciso pagar aluguel, comida, transporte... Mas eu me viro, eu não desisto", completa.
Ela conta que soube do mutirão de atendimentos por uma mensagem que recebeu em um grupo de aplicativo dos moradores venezuelanos residentes no bairro do Itanhangá.
"Fizeram contato comigo da Cáritas RJ e me ajudaram muito, me informaram que também distribuiriam doações, por isso aproveitei e vim. Fiquei muito feliz com o atendimento, foi muito bom. O que eu mais gosto é que elas (advogadas) me entendem. É um caso complicado, mas aos poucos, espero que se resolva. Estou muito grata com as pessoas do Brasil que me acolheram."
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Cáritas Itinerante
A coordenadora de Integração Local da Cáritas RJ, Debora Alves, explica que a equipe já havia observado a necessidade de atendimentos em outras áreas da cidade, devido às dificuldades de refugiados e solicitantes de refúgio no deslocamento até a sede no Maracanã, na Zona Norte do Rio, ou mesmo pelo desconhecimento das rotas de circulação na cidade. "Já temos um projeto chamado Cáritas Itinerante, desenvolvido com o objetivo de levar o nosso atendimento a regiões mais afastadas da nossa sede.
O mutirão especificamente na Zona Oeste foi planejado por notarmos um crescimento no número de pessoas que passaram a viver nessa região, principalmente após a existência de casas de acolhida nas proximidades, que receberam pessoas vindas de Roraima, pelo programa de interiorização do governo", conta Débora. Com o fim da estadia nos abrigos, muitas delas permaneceram na região, vivendo em casas alugadas.
A coordenadora de Integração Local da Cáritas RJ, Debora Alves, explica que a equipe já havia observado a necessidade de atendimentos em outras áreas da cidade, devido às dificuldades de refugiados e solicitantes de refúgio no deslocamento até a sede no Maracanã, na Zona Norte do Rio, ou mesmo pelo desconhecimento das rotas de circulação na cidade. "Já temos um projeto chamado Cáritas Itinerante, desenvolvido com o objetivo de levar o nosso atendimento a regiões mais afastadas da nossa sede.
O mutirão especificamente na Zona Oeste foi planejado por notarmos um crescimento no número de pessoas que passaram a viver nessa região, principalmente após a existência de casas de acolhida nas proximidades, que receberam pessoas vindas de Roraima, pelo programa de interiorização do governo", conta Débora. Com o fim da estadia nos abrigos, muitas delas permaneceram na região, vivendo em casas alugadas.
Enquanto as equipes de Proteção Legal, Serviço Social e Empregabilidade prestavam atendimentos ao público, uma equipe de Mobilização fazia a distribuição dos itens doados pelo ACNUR. Estima-se que 1.044 itens foram daoados no dia do mutirão. A intenção é distribuir o restante nas próximas ações da Cáritas RJ.
Debora ressalta que, embora o deslocamento da equipe para outras áreas da cidade não seja uma tarefa simples de se organizar, pois exije planejamento e recursos, tais iniciativas são importantes no trabalho de atenção à população refugiada no estado do Rio. "Para eles. facilita o deslocamento até um local de atendimento, além de fortalecer os vínculos e a confiança em nossa equipe, o que é fundamental para o sucesso do nosso trabalho". |
Os atendimentos retornaram à modalidade presencial desde o início do mês de abril. Durante dois anos de pandemia, foi preciso um longo processo de adaptação ao atendimento virtual, que chegou a ser flexibilizado em períodos de plantões de atendimento com agendamento online. Com a volta dos atendimentos presenciais, já não é mais preciso agendar.
A venezuelana Nazareth foi uma as pessoas beneficiadas com um atendimento mais próximo à sua residência. Ela foi atendida pela equipe e levou para a casa, onde vive com sua mãe, dois colchonetes, kits de higiene feminina, um balde e um kit de cozinha. Fredsy também esteve no Recreio para receber orientações sobre como construir seu currículo e informações sobre oportunidades de trabalho. No Rio há apenas três meses, ele tem mais de vinte anos de profissão como açougueiro e busca oportunidades na área. Seu sonho é um dia poder ter seu próprio açougue e ter sua própria casa.
"Vim em busca de ajuda para conseguir um emprego e pelas doações. Essa ajuda será boa para eu recomeçar, porque não tenho nada. Moro com um amigo, que me ajuda. Quero começar a trabalhar para ajudá-lo também. Deixei toda a minha família na Venezuela, tenho 20 anos de profissão, sei fazer muita coisa", desabafa.
O objetivo da equipe é realizar outras edições do Cáritas Itinerante em outras regiões do estado do Rio de Janeiro. As pessoas que não puderam ir ao mutirão na Zona Oeste, poderão ser atendidas na sede da Cáritas RJ. Os atendimentos sociais e jurídicos na Cáritas RJ são oferecidos às segundas, terças, quintas e sextas, de 9h30 às 16h no bairro do Maracanã, Zona Norte do Rio (Rua São Francisco Xavier, 483).
Pessoas interessadas em doar itens para refugiados e solicitantes de refúgio atendidos pela Cáritas RJ devem fazer contato com a equipe de Mobilização de Recursos no WhatsApp: (21) 98023-9911, de segunda a sexta, das 9h às 16h.
Texto e fotos: Luciana Queiroz
Os atendimentos retornaram à modalidade presencial desde o início do mês de abril. Durante dois anos de pandemia, foi preciso um longo processo de adaptação ao atendimento virtual, que chegou a ser flexibilizado em períodos de plantões de atendimento com agendamento online. Com a volta dos atendimentos presenciais, já não é mais preciso agendar.
A venezuelana Nazareth foi uma as pessoas beneficiadas com um atendimento mais próximo à sua residência. Ela foi atendida pela equipe e levou para a casa, onde vive com sua mãe, dois colchonetes, kits de higiene feminina, um balde e um kit de cozinha. Fredsy também esteve no Recreio para receber orientações sobre como construir seu currículo e informações sobre oportunidades de trabalho. No Rio há apenas três meses, ele tem mais de vinte anos de profissão como açougueiro e busca oportunidades na área. Seu sonho é um dia poder ter seu próprio açougue e ter sua própria casa.
"Vim em busca de ajuda para conseguir um emprego e pelas doações. Essa ajuda será boa para eu recomeçar, porque não tenho nada. Moro com um amigo, que me ajuda. Quero começar a trabalhar para ajudá-lo também. Deixei toda a minha família na Venezuela, tenho 20 anos de profissão, sei fazer muita coisa", desabafa.
O objetivo da equipe é realizar outras edições do Cáritas Itinerante em outras regiões do estado do Rio de Janeiro. As pessoas que não puderam ir ao mutirão na Zona Oeste, poderão ser atendidas na sede da Cáritas RJ. Os atendimentos sociais e jurídicos na Cáritas RJ são oferecidos às segundas, terças, quintas e sextas, de 9h30 às 16h no bairro do Maracanã, Zona Norte do Rio (Rua São Francisco Xavier, 483).
Pessoas interessadas em doar itens para refugiados e solicitantes de refúgio atendidos pela Cáritas RJ devem fazer contato com a equipe de Mobilização de Recursos no WhatsApp: (21) 98023-9911, de segunda a sexta, das 9h às 16h.
Texto e fotos: Luciana Queiroz
NÚMEROS:
ATENDIMENTOS NO MUTIRÃO
529 pessoas | 145 famílias
529 pessoas | 145 famílias
QUANTIDADE DE ITENS DOADOS: