Refugiados nas Escolas está de volta em formato online
Cerca de 6,7 mil estudantes já participaram de projeto do PARES Cáritas RJ, que contará com a parceria da Editora Voo
Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2021 - Promover encontros entre refugiados e jovens de escolas públicas e privadas no Grande Rio para sensibilizar crianças e adolescentes sobre a situação dos refugiados no mundo e estimular a empatia, combatendo o preconceito e a xenofobia são os objetivos do projeto Refugiados nas Escolas, criado pelo Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgio (PARES) da Cáritas do Rio de Janeiro.
As visitas nas escolas, que precisaram ser interrompidas em 2020 com a pandemia e a suspensão das aulas presenciais, vêm sendo testadas na modalidade online e serão retomadas neste segundo semestre, com datas disponíveis a partir de agosto. O projeto começou por acaso, em 2015, quando a equipe do PARES Cáritas RJ começou a fazer palestras em escolas, atendendo a convites de professores interessados em tratar do tema do refúgio com seus alunos. A partir de 2017, a atividade passou a ser mais estruturada e frequente. Entre 2016 e o primeiro semestre deste ano, 71 escolas solicitaram palestras do Refugiados nas Escolas.
“Os encontros entre pessoas refugiadas e estudantes deram tão certo que se tornaram um projeto muito importante, uma forma de alcançarmos as futuras gerações, trabalhando com elas a importância da defesa dos direitos humanos”, ressalta Aline Thuller, coordenadora geral do PARES Cáritas RJ. “Nas palestras, esclarecemos quem são as pessoas refugiadas e quais são os desafios que elas enfrentam, aproximamos crianças e jovens da realidade atual, através do relato das pessoas refugiadas e promovemos valores de empatia e tolerância”, conclui.
Os encontros são organizados para turmas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Ao final de uma breve apresentação de um representante do PARES Cáritas RJ e do relato de uma pessoa refugiada, chega o momento das perguntas, que costumam ser numerosas, tamanho o interesse de crianças e jovens. A conscientização desde cedo é importante na construção de uma sociedade sensível à situação dos refugiados.
Refúgio no Mundo
Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), estima-se que há cerca de 82,4 milhões de pessoas deslocadas à força no mundo (relatório Junho/2021), incluindo 26,4 milhões em condição de refúgio. São os maiores níveis de deslocamento já registrados desde a Segunda Guerra Mundial. Números que não diminuíram nem mesmo em tempos de pandemia.
A situação de crianças e jovens nesse contexto é alarmante: elas representam 42% das pessoas deslocadas globalmente. Sua educação também preocupa: antes da pandemia, uma criança refugiada tinha duas vezes mais chances de estar fora da escola do que uma criança não refugiada. As meninas, que já têm menos acesso à educação do que os meninos, enfrentarão mais dificuldades para retornar à escola após a pandemia: como resultado da Covid-19, metade delas não retornarão às salas de aula do Ensino Médio, segundo relatório do ACNUR.
Parceria com Editora Voo
Nas próximas edições do Refugiados nas Escolas, alunos serão apresentados ao livro A menina que abraça o vento – a história de uma refugiada congolesa, escrito por Fernanda Paraguassu, ilustrado por Suryara Bernardi e lançado em 2017 pela Vooinho, selo infantil da Editora Voo.
A narrativa é baseada em histórias reais de meninas refugiadas da República Democrática do Congo, que frequentavam a sede do PARES Cáritas RJ e inspiraram a autora a criar Mersene, uma menina que fugiu dos conflitos em seu país e tenta driblar a saudade do pai, que ficou para trás. O livro aborda o tema do refúgio e permite a identificação com a personagem, pois ela é apresentada como uma menina igual a tantas outras: uma criança que brinca e sonha, sempre em busca do afeto. “A falta de informação sobre o tema pode ser uma barreira para a integração das crianças refugiadas no país acolhedor e a literatura permite uma aproximação especial do leitor com a protagonista”, explica Fernanda. Por meio do exercício da empatia, as crianças conseguem entender melhor a temática do refúgio e se colocar no lugar de quem precisa se adaptar às mudanças.
Até meados de 2021, foram vendidos mais de 230 mil exemplares. Parte da renda obtida com a venda do livro foi destinada às famílias em situação de refúgio no Rio de Janeiro, como resultado do projeto solidário “Um por um” da Editora Voo. Para cada exemplar vendido, 5% é revertido ao PARES Cáritas RJ. A autora também doa metade de seus direitos autorais para a instituição. A maior parte dos R$ 271 mil doados para a Cáritas RJ até o momento foi repassada em 2021, durante a pandemia da Covid-19. Com os recursos já recebidos, será possível beneficiar cerca de 200 famílias em situação de extrema vulnerabilidade com a compra de cestas básicas por três meses e 100 famílias com auxílio financeiro no valor de R$ 400.
Para receber o projeto Refugiados nas Escolas, é preciso enviar um email para [email protected].
Texto: Luciana Queiroz e Priscila Seixas
As visitas nas escolas, que precisaram ser interrompidas em 2020 com a pandemia e a suspensão das aulas presenciais, vêm sendo testadas na modalidade online e serão retomadas neste segundo semestre, com datas disponíveis a partir de agosto. O projeto começou por acaso, em 2015, quando a equipe do PARES Cáritas RJ começou a fazer palestras em escolas, atendendo a convites de professores interessados em tratar do tema do refúgio com seus alunos. A partir de 2017, a atividade passou a ser mais estruturada e frequente. Entre 2016 e o primeiro semestre deste ano, 71 escolas solicitaram palestras do Refugiados nas Escolas.
“Os encontros entre pessoas refugiadas e estudantes deram tão certo que se tornaram um projeto muito importante, uma forma de alcançarmos as futuras gerações, trabalhando com elas a importância da defesa dos direitos humanos”, ressalta Aline Thuller, coordenadora geral do PARES Cáritas RJ. “Nas palestras, esclarecemos quem são as pessoas refugiadas e quais são os desafios que elas enfrentam, aproximamos crianças e jovens da realidade atual, através do relato das pessoas refugiadas e promovemos valores de empatia e tolerância”, conclui.
Os encontros são organizados para turmas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Ao final de uma breve apresentação de um representante do PARES Cáritas RJ e do relato de uma pessoa refugiada, chega o momento das perguntas, que costumam ser numerosas, tamanho o interesse de crianças e jovens. A conscientização desde cedo é importante na construção de uma sociedade sensível à situação dos refugiados.
Refúgio no Mundo
Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), estima-se que há cerca de 82,4 milhões de pessoas deslocadas à força no mundo (relatório Junho/2021), incluindo 26,4 milhões em condição de refúgio. São os maiores níveis de deslocamento já registrados desde a Segunda Guerra Mundial. Números que não diminuíram nem mesmo em tempos de pandemia.
A situação de crianças e jovens nesse contexto é alarmante: elas representam 42% das pessoas deslocadas globalmente. Sua educação também preocupa: antes da pandemia, uma criança refugiada tinha duas vezes mais chances de estar fora da escola do que uma criança não refugiada. As meninas, que já têm menos acesso à educação do que os meninos, enfrentarão mais dificuldades para retornar à escola após a pandemia: como resultado da Covid-19, metade delas não retornarão às salas de aula do Ensino Médio, segundo relatório do ACNUR.
Parceria com Editora Voo
Nas próximas edições do Refugiados nas Escolas, alunos serão apresentados ao livro A menina que abraça o vento – a história de uma refugiada congolesa, escrito por Fernanda Paraguassu, ilustrado por Suryara Bernardi e lançado em 2017 pela Vooinho, selo infantil da Editora Voo.
A narrativa é baseada em histórias reais de meninas refugiadas da República Democrática do Congo, que frequentavam a sede do PARES Cáritas RJ e inspiraram a autora a criar Mersene, uma menina que fugiu dos conflitos em seu país e tenta driblar a saudade do pai, que ficou para trás. O livro aborda o tema do refúgio e permite a identificação com a personagem, pois ela é apresentada como uma menina igual a tantas outras: uma criança que brinca e sonha, sempre em busca do afeto. “A falta de informação sobre o tema pode ser uma barreira para a integração das crianças refugiadas no país acolhedor e a literatura permite uma aproximação especial do leitor com a protagonista”, explica Fernanda. Por meio do exercício da empatia, as crianças conseguem entender melhor a temática do refúgio e se colocar no lugar de quem precisa se adaptar às mudanças.
Até meados de 2021, foram vendidos mais de 230 mil exemplares. Parte da renda obtida com a venda do livro foi destinada às famílias em situação de refúgio no Rio de Janeiro, como resultado do projeto solidário “Um por um” da Editora Voo. Para cada exemplar vendido, 5% é revertido ao PARES Cáritas RJ. A autora também doa metade de seus direitos autorais para a instituição. A maior parte dos R$ 271 mil doados para a Cáritas RJ até o momento foi repassada em 2021, durante a pandemia da Covid-19. Com os recursos já recebidos, será possível beneficiar cerca de 200 famílias em situação de extrema vulnerabilidade com a compra de cestas básicas por três meses e 100 famílias com auxílio financeiro no valor de R$ 400.
Para receber o projeto Refugiados nas Escolas, é preciso enviar um email para [email protected].
Texto: Luciana Queiroz e Priscila Seixas