Cáritas RJ realiza Feira de Saúde com orientações e vacinação
Cerca de 50 pessoas atendidas pelo Programa de Atendimento a Refugiados receberam instruções sobre alguns dos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde, em uma parceria com a SMS-Rio
Rio de Janeiro, 6 de setembro de 2022 - Pela primeira vez desde o início da pandemia da Covid-19, a Feira de Saúde para pessoas em situação de refúgio e migrantes voltou a acontecer na sede do Programa de Atendimento a Refugiados (PARES) da Cáritas RJ. A ação, realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS RIO) desde 2015, foi uma oportunidade para informar essa população sobre como funciona o sistema de saúde pública na cidade e como buscar atendimento e ter acesso aos diversos serviços oferecidos pelo SUS.
Cerca de 50 refugiados e solicitantes de refúgio de países como Venezuela, Nigéria, Cuba, Afeganistão e Ucrânia receberam orientações sobre saúde bucal, saúde sexual e reprodutiva e saúde da mulher. No serviço de imunização, foram ofertadas vacinas contra a gripe, Covid-19 e poliomielite, além de instruções para manter o cartão de vacinação atualizado. O público ainda pôde experimentar a auriculoterapia, uma das práticas integrativas em saúde oferecidas pelo SUS, que consiste na colocação de sementes de mostarda que estimulam pontos específicos na orelha para tratar e amenizar sintomas de problemas físicos, mentais e emocionais.
David du Fofana veio da Guiné para o Brasil há cinco anos para escapar de uma situação de conflito armado. Como estava com o documento vencido, ele acreditava que não poderia se vacinar. Ele aproveitou a Feira para colocar sua imunização em dia. “Recebi minha primeira dose contra a Covid-19 e a gripe também. E já sei onde devo ir para receber a segunda dose. Isso é muito importante para eu trabalhar mais seguro”, comemorou com a carteira de vacinação atualizada.
Já a peruana Piedad Quispe, que está desde 2019 no Brasil, recebeu informações de como buscar atendimento ginecológico na unidade de saúde de Nova Iguaçu, onde reside. Ela ainda aproveitou para experimentar a auriculoterapia. “Eu já tinha ouvido falar sobre essa técnica, mas não sabia como funcionava. Foi muito interessante, porque eu falei que estava com dor no joelho, e quando a técnica colocou as primeiras sementinhas, eu não senti nada. Mas quando ela colocou bem no ponto que disse que era para tratar o joelho, eu senti a orelha toda esquentar. Vou continuar pressionando as sementes por sete dias para ver o resultado”, contou.
“A população migrante e em situação de refúgio possui especificidades que às vezes se iniciam nas diferentes compreensões sobre saúde e doença e nas experiências anteriores em outros sistemas. A Feira de Saúde é uma oportunidade de trazer o SUS a essa população, e não apenas esperar que eles busquem pelo sistema e, com isso, estabelecer vínculos. Para os nossos profissionais também é uma experiência importante para que eles compreendam essas singularidades, e possam um primeiro atendimento facilitado", explica Fabiana Chicralla, apoiadora técnica em saúde de migrantes e refugiados na SMS Rio.
Cerca de 50 refugiados e solicitantes de refúgio de países como Venezuela, Nigéria, Cuba, Afeganistão e Ucrânia receberam orientações sobre saúde bucal, saúde sexual e reprodutiva e saúde da mulher. No serviço de imunização, foram ofertadas vacinas contra a gripe, Covid-19 e poliomielite, além de instruções para manter o cartão de vacinação atualizado. O público ainda pôde experimentar a auriculoterapia, uma das práticas integrativas em saúde oferecidas pelo SUS, que consiste na colocação de sementes de mostarda que estimulam pontos específicos na orelha para tratar e amenizar sintomas de problemas físicos, mentais e emocionais.
David du Fofana veio da Guiné para o Brasil há cinco anos para escapar de uma situação de conflito armado. Como estava com o documento vencido, ele acreditava que não poderia se vacinar. Ele aproveitou a Feira para colocar sua imunização em dia. “Recebi minha primeira dose contra a Covid-19 e a gripe também. E já sei onde devo ir para receber a segunda dose. Isso é muito importante para eu trabalhar mais seguro”, comemorou com a carteira de vacinação atualizada.
Já a peruana Piedad Quispe, que está desde 2019 no Brasil, recebeu informações de como buscar atendimento ginecológico na unidade de saúde de Nova Iguaçu, onde reside. Ela ainda aproveitou para experimentar a auriculoterapia. “Eu já tinha ouvido falar sobre essa técnica, mas não sabia como funcionava. Foi muito interessante, porque eu falei que estava com dor no joelho, e quando a técnica colocou as primeiras sementinhas, eu não senti nada. Mas quando ela colocou bem no ponto que disse que era para tratar o joelho, eu senti a orelha toda esquentar. Vou continuar pressionando as sementes por sete dias para ver o resultado”, contou.
“A população migrante e em situação de refúgio possui especificidades que às vezes se iniciam nas diferentes compreensões sobre saúde e doença e nas experiências anteriores em outros sistemas. A Feira de Saúde é uma oportunidade de trazer o SUS a essa população, e não apenas esperar que eles busquem pelo sistema e, com isso, estabelecer vínculos. Para os nossos profissionais também é uma experiência importante para que eles compreendam essas singularidades, e possam um primeiro atendimento facilitado", explica Fabiana Chicralla, apoiadora técnica em saúde de migrantes e refugiados na SMS Rio.
"O acesso à saúde foi dificultado para todos durante a pandemia, mas as pessoas em situação de refúgio e os migrantes enfrentaram ainda mais barreiras, como a demora em obter documentação, o menor contato com o português no dia-a-dia. E tudo isso impacta no acesso à saúde. Por isso, a retomada desse evento é tão importante”, completa.
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No último dia 30, estiveram presentes cerca de 20 profissionais de equipes multidisciplinares de várias regiões do Rio, incluindo enfermeiros, psicólogos, odontologistas e agentes comunitários de saúde.
“As feiras de saúde são uma importante porta de entrada do nosso público no sistema de saúde brasileiro. Aqui os agentes fazem o referenciamento dos participantes, que é cadastrar e apontar qual a unidade de saúde mais perto da casa de cada pessoa, onde ela pode buscar atendimento, caso necessite. Buscamos facilitar o acesso, realizando o evento logo depois do curso de português, para aproveitar a proximidade da sede da Cáritas RJ, porque sabemos que muitas vezes o deslocamento é uma dificuldade. Outro ponto é a comunicação mais facilitada entre as equipes de saúde e as pessoas que atendemos, já que aqui elas contam com o apoio de voluntários, mas, principalmente, porque os próprios atendidos que já estão há mais tempo no Brasil ajudam aqueles que ainda não dominam o idioma. Estimulamos, assim, a troca entre eles, porque isso também desenvolve a autonomia” relata Débora Alves, coordenadora de Integração Local da Cáritas RJ.
A previsão é uma mais uma edição da Feira de Saúde ainda no ano de 2022 .
Texto: Clarice Basso
Fotos: Clarice Basso e Rafael Vasconcelos
Fotos: Clarice Basso e Rafael Vasconcelos