Cáritas RJ organiza feira de emprego para profissionais refugiados
Quinta edição da Feira Trampolim de Empregabilidade contou com a participação de nove empresas e 58 candidatos, resultando na realização de 254 entrevistas para vagas de trabalho
Rio de Janeiro, 7 de outubro de 2024 - Um dia de oportunidades para recomeços: assim foi a V Feira Trampolim de Empregabilidade, realizada na última quarta-feira (2/10) pelo Programa de Atendimento A Refugiados e Solicitantes de Refúgio da Cáritas do Rio (PARES Cáritas RJ), com apoio do Ministério Público do Trabalho do RJ (MPT-RJ) e da Agência da ONU Para Refugiados (ACNUR).
Refugiados, solicitantes de refúgio, pessoas com visto de reunião familiar, venezuelanos, haitianos, afegãos, sírios, burquinenses e ucranianos com residência humanitária no Brasil puderam se inscrever na quinta edição da feira de emprego, que contou com a presença de nove empresas: C&A, Grupo Cataratas, Hotel Fairmont, RD Saúde, Sfera, SindRio, Solística, Tenda e Timbre.
As equipes de Recursos Humanos convidadas ocuparam as salas da sede do PARES Cáritas RJ, no Maracanã, para realizarem as entrevistas de emprego, oferecendo vagas em setores como Hotelaria, Vendas, Alimentos e Bebidas, Logística e Construção Civil. Os candidatos receberam orientações do time de Empregabilidade da Cáritas RJ, que fez a triagem dos currículos, indicando cada pessoa às vagas cujos perfis correspondam às experiências e habilidades de cada profissional. Ao todo, 58 pessoas inscritas participaram da Feira de Empregabilidade e foram feitas 254 entrevistas de trabalho.
No Brasil há apenas dois meses, a venezuelana Greymar tentava ser aprovada em ao menos uma das vagas oferecidas pela Feira. Trazida pela irmã, que vive no Rio há dois anos e já está trabalhando, Greymar chegou ao Brasil com seu filho de seis anos e recebeu atendimento na Cáritas RJ, onde recebeu apoio para dar entrada em sua documentação. A seguir, foi incluída na lista de um aplicativo de mensagens da instituição, por onde recebeu a informação sobre as inscrições para a Feira.
Refugiados, solicitantes de refúgio, pessoas com visto de reunião familiar, venezuelanos, haitianos, afegãos, sírios, burquinenses e ucranianos com residência humanitária no Brasil puderam se inscrever na quinta edição da feira de emprego, que contou com a presença de nove empresas: C&A, Grupo Cataratas, Hotel Fairmont, RD Saúde, Sfera, SindRio, Solística, Tenda e Timbre.
As equipes de Recursos Humanos convidadas ocuparam as salas da sede do PARES Cáritas RJ, no Maracanã, para realizarem as entrevistas de emprego, oferecendo vagas em setores como Hotelaria, Vendas, Alimentos e Bebidas, Logística e Construção Civil. Os candidatos receberam orientações do time de Empregabilidade da Cáritas RJ, que fez a triagem dos currículos, indicando cada pessoa às vagas cujos perfis correspondam às experiências e habilidades de cada profissional. Ao todo, 58 pessoas inscritas participaram da Feira de Empregabilidade e foram feitas 254 entrevistas de trabalho.
No Brasil há apenas dois meses, a venezuelana Greymar tentava ser aprovada em ao menos uma das vagas oferecidas pela Feira. Trazida pela irmã, que vive no Rio há dois anos e já está trabalhando, Greymar chegou ao Brasil com seu filho de seis anos e recebeu atendimento na Cáritas RJ, onde recebeu apoio para dar entrada em sua documentação. A seguir, foi incluída na lista de um aplicativo de mensagens da instituição, por onde recebeu a informação sobre as inscrições para a Feira.
Na Venezuela, a jovem trabalhava e cursava a universidade para formar-se em Educação Primária. No Rio, Greymar confidenciou que chegou nervosa para as entrevistas, mas acha que saiu-se bem. Quando perguntada sobre suas aspirações, ela pensa em seu filho:
“Meu sonho é que ele aprenda bem o idioma, que estude, que tenha um bom trabalho quando crescer e que construa algo aqui. Que possamos construir algo, porque viemos para trabalhar e ter um futuro no Brasil”, planeja. |
Plataforma Trampolim e trabalho seguro - Lançada em 2021, a Plataforma Trampolim foi desenvolvida para conectar profissionais refugiados a oportunidades de trabalho e renda, com apoio do Projeto Ação Integrada RJ (ProjAI). Na plataforma, pessoas em situação de refúgio podem cadastrar seus currículos para oportunidades de emprego ou oferecer serviços como autônomos. Empresas podem cadastrar vagas de emprego, contratar serviços ou oferecer capacitação profissional gratuita.
O Projeto Ação Integrada: Resgatando a Cidadania (ProjAI), foi criado em 2014 pelo Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro, implementado em parceria com o Programa de Atendimento a Resgatados de Trabalho Escravo da Cáritas RJ (PARTE), numa união de esforços para romper com o ciclo do trabalho escravo contemporâneo.
Embora o profissional refugiado tenha autonomia na negociação das etapas de seleção na Plataforma Trampolim, cada vaga está sujeita à aprovação da equipe da Cáritas RJ, que confere se a oportunidade oferecida segue as regras da legislação trabalhista brasileira.
Direito e sonhos de realização - A coordenadora de Integração Local do PARES Cáritas RJ, Karla Ellwein, conta que a realização da Feira de Empregabilidade, organizada a partir da implementação da Plataforma Trampolim, é uma importante ação para o processo de integração das pessoas refugiadas: “É a possibilidade que elas terão de recomeçar, de adquirir sua autonomia financeira, sua renda. De conseguir, por exemplo, alugar sua própria casa, de atender suas necessidades básicas. Depois de deixarem suas vidas, suas famílias, suas casas no país de origem, que é um processo muito doloroso, muito difícil”, relata.
Karla também lembra que o acesso ao mercado de trabalho é garantido pela legislação brasileira sobre o refúgio: “Trabalhar é um direito social dos refugiados no Brasil. Fazer valer esse direito é fundamental, mas não é só por isso. Também é uma possibilidade da sociedade, de empresas entenderem que as pessoas refugiadas têm talentos, potencialidades, qualidades, e que sua bagagem de vida, de experiências que elas trazem de seus países de origem são fundamentais para o crescimento do país, de uma organização ou de uma empresa. Sabemos que um país rico é um país diverso, múltiplo, acolhedor”, conclui.
O Projeto Ação Integrada: Resgatando a Cidadania (ProjAI), foi criado em 2014 pelo Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro, implementado em parceria com o Programa de Atendimento a Resgatados de Trabalho Escravo da Cáritas RJ (PARTE), numa união de esforços para romper com o ciclo do trabalho escravo contemporâneo.
Embora o profissional refugiado tenha autonomia na negociação das etapas de seleção na Plataforma Trampolim, cada vaga está sujeita à aprovação da equipe da Cáritas RJ, que confere se a oportunidade oferecida segue as regras da legislação trabalhista brasileira.
Direito e sonhos de realização - A coordenadora de Integração Local do PARES Cáritas RJ, Karla Ellwein, conta que a realização da Feira de Empregabilidade, organizada a partir da implementação da Plataforma Trampolim, é uma importante ação para o processo de integração das pessoas refugiadas: “É a possibilidade que elas terão de recomeçar, de adquirir sua autonomia financeira, sua renda. De conseguir, por exemplo, alugar sua própria casa, de atender suas necessidades básicas. Depois de deixarem suas vidas, suas famílias, suas casas no país de origem, que é um processo muito doloroso, muito difícil”, relata.
Karla também lembra que o acesso ao mercado de trabalho é garantido pela legislação brasileira sobre o refúgio: “Trabalhar é um direito social dos refugiados no Brasil. Fazer valer esse direito é fundamental, mas não é só por isso. Também é uma possibilidade da sociedade, de empresas entenderem que as pessoas refugiadas têm talentos, potencialidades, qualidades, e que sua bagagem de vida, de experiências que elas trazem de seus países de origem são fundamentais para o crescimento do país, de uma organização ou de uma empresa. Sabemos que um país rico é um país diverso, múltiplo, acolhedor”, conclui.
Eder foi obrigado a deixar o México há sete anos, e desde então considera o Brasil sua nova casa. Trabalhava como cabeleireiro, mas hoje busca estender seus horizontes. Participando da Feira de Empregabilidade pela primeira vez, ele veio com a expectativa de conquistar uma chance de atuar no setor de Turismo.
“Gostaria de trabalhar nessa área para ter conhecimento, aproveitar a oportunidade e praticar outros idiomas. Gosto muito de conhecer pessoas”, conta. Além do novo emprego, Eder almeja uma vida com mais liberdade e oportunidades: “Que a gente amplie nossos grupos, começando pelos espaços das minorias, para que possamos chegar onde a gente quiser”, sonha. Texto e Fotos: Luciana Queiroz |
V FEIRA TRAMPOLIM DE EMPREGABILIDADE - NÚMEROS
9 empresas
58 participantes
254 entrevistas realizadas
NACIONALIDADES:
1. VENEZUELA - 33 pessoas
2. CUBA - 7 pessoas
3. ANGOLA - 4 pessoas
4. NIGÉRIA - 3 pessoas
5. MARROCOS - 2 pessoas
6. CAMARÕES - 1 pessoa
7. COLÔMBIA - 1 pessoa
8. GANA - 1 pessoa
9. HAITI - 1 pessoa
10. HONDURAS - 1 pessoa
11. REP. DEM. DO CONGO (RDC) - 1 pessoa
12. MÉXICO - 1 pessoa
13. TUNÍSIA - 1 pessoa
14. URUGUAI - 1 pessoa